quarta-feira, 18 de abril de 2012

Recebi esse texto como e-mail enviado pela antenadíssima Cláudia Ciamarelli (@CValdaRJ) e resolvi transformá-lo em post, porque sou filha de uma dedicada professora deste país, a Srª Neide de Castro Ribeiro.


Mãe,
Segue como uma homenagem aos anos que você dedicou aos seus alunos pobres do interior do Espírito Santo, das Escolas Singulares de Nova Venécia e de Boa Esperança e do Colégio Municipal Stanislaw Zucollotto onde você foi a primeira diretora.


REPASSANDO...FAÇA ISSO TAMBÉM!!!

Orientando Pais, Educando Filhos: DIA DO PROFESSOR | http://orientandopaiseducandofilhos.blogspot.co...
          BOM DIA!!
 
 
RESPOSTA À REVISTA VEJA
 
Abaixo estou enviando uma cópia da carta escrita por uma professora que trabalha  no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. Peço por favor que repasse a todos que conhece, vale a pena ler.
Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”.   
É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador. Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação.
Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.
Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital?   
Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida?   
Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. 
Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. 
Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.
Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. 
Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou, o que é ainda pior, envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. 
Realmente, nada está bom.   
Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina. 
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. 
Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? 
Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores? 
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria... Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. 
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso. 
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. 
E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração. 
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. 
Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h semanais. 
E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. 
Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”. Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos“, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. 
Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares. 
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. 
E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos. 
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.   
Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade... 
Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo. 
Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!! 
Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. 
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas. 
Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata 
Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... 
Chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". 
Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!
Mesmo quem  não atua como docente, um dia passou por uma escola e tornou-se o que você é hoje! COLABORE E ENVIE PARA SEUS AMIGOS(AS).
E depois disso tudo, a que conclusão você chega?

8 comentários:

  1. Uma vergonha uma professora ter que passar por tais fatos, sem ter o apoio das autoridades, é triste.
    Saudade de tempos atrás, que também era um pouco complicado, né? Mas agora virou um caos com poucas esperanças.
    beijo

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    1. É pior que vergonhoso. É triste.
      Vi minha mãe se dedicar de corpo, alma e coração por muitos anos aos alunos dela. Foram dias e noites de muito trabalho e péssimo salário dedicados a quem necessitava aprender.
      Ela foi professora, diretora, conselheira, merendeira, faxineira, psicóloga, mãe (e eu morria de ciúmes), de alunos esquecidos no interior do país.
      Nas escolas singulares existe uma única sala de sala, onde o professor divide a turma por filas e se tem aulas de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental. Quem limpa a "escola", faz a merenda, administra, faz tudo é o professor.
      Em todos os anos em que ela se dedicou ao magistério, apenas um aluno foi reprovado. E ela considera-se derrotada por não fazê-lo compreender os mistérios do saber.
      E não se passava sem saber. Não havia turma separada para recuperação. Todos iniciavam e terminavam o ano letivo juntos.
      Por muitas vezes havia presentes: galinhas, porcos, abacaxis, milho, café, copos de geleia, canequinhas de ágata colorida, espelho, pente... E ela guardava-os como tesouros.
      Como eu posso não dar valor ao professor?

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  2. Sou professora e jamais permiti que me imputassem a culpa pela educação estar mal das pernas.
    esperneio e grito,sim eu acuso a família que não educa,não acolhe ,não dá amor ,mas que sabe apontar e julgar qdo seus filhotes se queixam em casa de qualquer profissional que esteja dentro da escola.
    Tenho muito medo desse futuro tão próximo que deverá estar nas mãos desses adolescentes desorientados.. sempre haverá um bando de espertalhões mais velhos prontos a "esticar-lhes as mãos" .
    por isso essa geração de políticos cada vez mais canalhas,essa geração viciosa de vigaristas intermináveis.
    Enquanto a educação e seus profissionais forem chacota ,o país permanecerá na lama.

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    1. E não haverá salvadores.
      Política assistencialista me enoja!
      Já dizia meu sábio avô paterno: "Não dê o peixe. Ensine-lhe a pescar."
      Sou fruto de apenas um olhar de papai para sossegar.
      Hoje tudo é permitido para "não traumatizar"...
      Aff!

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  3. É amiga, tá complicado ser professor neste país.
    Aqui quem tem importância são os políticos, os magistrados, os ministros.
    Professor, médico, policial, bombeiro são os piores salários... Esse é o valor se dá à vida.

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  4. Oi Maiby,tô passando aqui pra agradecer o seu enorme carinho no meu niver,super mega obrigada,viu?!
    Esse negócio de ser professora,sei bem o que é isso,fui professora durante os anos da minha faculdade e é mesmo dureza,mas quer saber,tenho ótimas recordações.
    Poiszé,aqui nesse pais,quem faz sucesso são os big brothers e os jogadores de futebol,ganham uma fortuna e os professores aquela merreca,aff,nem jesus na causa salva!rsrsrsrsrs
    E a sua Calopsita,já tá melhor? Ai que dó que me deu dela!!!
    bjs
    Patricia Petro

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    1. Agradeço o comentário e a minha calopsita descobri ser o MEU calopsita. rs.
      Ele tá ótimo! Roendo todos os puleiros que coloco na gaiola só por distração...
      Apareça mais vezes.
      Bejins

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  5. ola Maiby

    amei o texto e super concordo!

    bjooo sua malvada

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Manda ver na sua opinião. Tô esperando.